Coronavírus pode estar no esgoto e especialistas defendem o marco regulatório do esgotamento sanitário e abastecimento de água no país para controlar epidemias e pandemias
O senador Nelsinho Trad (PSD) mantém as atividades parlamentares em Campo Grande. Mesmo à distância do Congresso Nacional e, em isolamento social, o parlamentar vem atuando contra a pandemia do coronavírus. Nesta quarta-feira, se reuniu virtualmente com o presidente da ABCON (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), Carlos Henrique, o diretor de relações institucionais Percy Soares e técnicos da área de saneamento básico, para atualização sobre as ações de monitoramento do Covid-19 no esgoto. “A preocupação de todos é estancar a pandemia do coronavírus!”, destacou o senador Nelsinho Trad.
Como médico, o senador que foi infectado pelo coronavírus no início de março, relatou que “até onde sabemos, o coronavírus é transmitido pelo contato com gotículas contaminadas de saliva ou outras secreções”. “Porém pode ser encontrado no esgoto?”, questionou.
O presidente da ABCON, Carlos Henrique da Cruz Lima, esclareceu que pode sim o paciente infectado eliminar pelas fezes o Covid-19, que o esgoto também pode estar contaminado. “Estudos, no Rio de Janeiro, pela Fiocruz em parceria com a Prefeitura de Niterói, onde tem um de nossos associados a Águas de Niterói, têm sido feitos para investigar essa possibilidade e como pode ser evitado para dar fim ao problema”, comentou.
Para os participantes da reunião virtual, agora até mais que antes, o Brasil precisa com urgência do novo marco regulatório do saneamento pelo crescimento econômico do país e para a luta contra as epidemias. “Sou defensor dessa causa. Quando eu fui prefeito de Campo Grande, o esgotamento sanitário da cidade chegou a 70%, isso há 8 anos. Veja os meus registros”, recordou o senador com apresentação do programa de esgotamento sanitário da época.
Diante do atual cenário, os especialistas em saneamento pediram a atenção do senador para que sejam elaborados e apresentados projetos em favor do saneamento básico, do controle de taxas em relação ao crescimento populacional e o monitoramento ambiental contra o coronavírus.
No momento, segundo o presidente da ABCON, não há comprovações sobre o Covi-19 no esgoto, porém, esses estudos já reforçam a importância da relação entre saneamento e saúde. “Esse tipo de investigação só é possível nos municípios em que uma parcela significativa da população é atendida por rede coletora de esgotos e a operadora do serviço tem controle sobre o sistema. Em Niterói, a cobertura da rede de esgotos é de 95%”, destacou.
O senador Nelsinho Trad se manifestou atento às questões e esclareceu que, mesmo com o Senado em funcionamento remoto, o parlamentar levará o assunto em discussão e com apresentação de propostas pela saúde de todos. “Entendemos que a adequada coleta e tratamento de esgotos são fundamentais para a não contaminação de águas de abastecimento de uma cidade. Por isso, sempre venho batalhando pelo investimento em saneamento básico”, disse.