A diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) fez um alerta ao senador Nelsinho Trad (PSD/MS) sobre a falta de insumos na área da saúde pública, como os oxigenadores e válvulas cardíacas, usados em cirurgias do coração no Sistema Único da Saúde.
O assunto foi levado pelo parlamentar sul-mato-grossense ao conhecimento do ministro Marcelo Queiroga, nesta quinta-feira, antes do início da sessão da CPI da Covid no Senado Federal. “O ministro se comprometeu em marcar audiência para discutir a questão”, comentou o senador Nelsinho Trad.
Os médicos cirurgiões, presidente da SBCCV, Eduardo Augusto Victor Rocha, o vice João Carlos Ferreira Leal, o diretor financeiro Bruno Botelho Pinheiro e o membro do conselho Wilson Luiz da Silva, saíram de seus estados de origem (São Paulo e Minas Gerais) e vieram à Brasília em busca de soluções. “A gente quer continuar atendendo o doente e salvando a vida deles”, disse Wilson Luiz da Silva.
Desde outubro, segundo a diretoria da sociedade, autoridades vêm sendo comunicadas sobre o problema que ocorre em várias localidades do Brasil e já afeta metade dos serviços de cirurgias cardíacas no sistema público de saúde. “A nossa preocupação é com o colapso e impacto à mortalidade dos pacientes que aguardam cirurgias do coração. A pandemia está aí e estão mascarando esse problema”, destacou o vice-presidente João Leal.
De acordo com os médicos, 85% dos serviços cardíacos no Brasil são feitos pelo SUS. O presidente Eduardo Rocha explicou que vem ocorrendo o desabastecimento da cirurgia cardíaca. Segundo ele, dois pontos foram relevantes para essa consequência. “A variação cambial do dólar nos últimos dez anos e o não reajuste dos descartáveis ao longo de 20 anos. Não queremos falar de mercado, somos médicos, queremos salvar vidas, desejamos de pacientes que estão morrendo na cirurgia cardiovascular por falta insumos na área da saúde pública, discutir o impacto quando não há a cirurgia, esclareceu, que já encaminhou ofício ao ministro Marcelo Queiroga.
O grupo retornou aos seus Estados com boas expectativas. “Não tínhamos agenda e nem pauta, se não fosse o senador Nelsinho Trad a nos acolher não teríamos essa interlocução com o ministro que foi muito importante para Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e à toda população que depende do SUS”, disse o médico João Leal, cirurgião cardiovascular de São José do Rio Preto.